terça-feira, 21 de junho de 2011

Sonhar contigo

Esta noite sonhei contigo.
Vivi-te de novo como se estivesses aqui.
O teu rosto, envolto na névoa que a distãncia etérea nos traz, indefinia-se em brumas de cor e escuridão.
Eras tu.
Sei-te de cor para te achar até para além dos portões do intransponível.
Tocavas-me com os teus dedos longos, tão longos que no meu sonho chegavam para me abarcar o corpo todo.
O teu toque, esse toque quente, de pele humida, vivente, querente, querendo-me.
- A tua pele chama por mim- o que tantas vezes me disseste quando só ao toque me sabias pronta. Pronta, para ti, pronta para nós, pronta para o sonho que era caberes em mim, como se fossemos as duas únicas peças possíveis daquele sonho.
Era um sonho caminhar pelo teu corpo ao toque das tuas mãos.
Foi um sonho. Soube-me ao pouco, que nada foi quando ao acordar não estavas, não estarás - teimo em negá-lo.
Ficou-me o sabor dos beijos que ainda me ardem na saudade. Teima em chorar o meu peito, ainda em dor, onde dói o sonho que em mim deixas.
O teu rosto envolto em névoa.
Tenho receio que a névoa envolva para sempre a memória do teu corpo, que os beijos se desfaçam do seu sabor, qual goluseima que teima em dissolver-se na boca. Receio.
Que mãos saberão, como as tuas, guiar-me de novo pelos caminhos do meu prazer?

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